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Como cuidar das crianças em tempos de lockdown e escolas fechadas.

Writer: Ana Peck MafraAna Peck Mafra

Hoje me dei conta de uma coisa. Em 2020 o Covid19 chegou e não avisou ninguém. Aqui no Estados Unidos, estávamos quase no final do ano letivo. Nossos filhos estariam entrando no "last quarter" do ano. Mas fomos arrancados da rotina, ficando sem saber como seriam os próximos dias.

Para as crianças menores, ficou tudo ainda mais esquisito. Alguns materiais ficaram na escola e ninguém se despediu oficialmente. Foram embora um dia, achando que logo voltariam a ver os amigos, os professores e a escola. Mas não teve mais aula.

Os dias passaram e as perguntas começam a surgir: Mamãe, como será que está a barriga da minha professora (que estava gravida)?

O neném dela já vai nascer? Será que quando voltarem as aulas vou estar na mesma série ou vou para uma sala nova? (Aqui, as crianças não ficam com os mesmos amigos todos os anos. A cada ano acontece como um “rodízio” e por isso, neste momento, ficam se perguntando como será o retorno.) Será que vou ver meus amigos de novo? E o projeto de ciência que tínhamos começado? Vai dar pra terminar quando voltar?

Imagina como está sendo para as crianças que iriam se formar? 5 ano, 8 ano e décimo segundo ano são divisores de água na vida das crianças e adolescentes por aqui. A festa da formatura já estava planejada, assim como os musicais de final de ano. As viagens e os programas festivos. Toda a excitante expectativa foi substituída por incertezas na vida de nossos filhos. (Lembre-se: A escola aqui é publica e a grande maioria das crianças tem acesso a estas mesmas coisas. Então todas estão vivendo e sentindo coisas parecidas)

Todavia, para alguns, a escola era também um refúgio seguro da violência, dos abusos e da fome.

E isso também se foi....de repente.

Eu, além de mãe, sou Psicóloga, e sei da importância do fechamento dos ciclos. Sei também da importância que os vínculos afetivos criados na escola tem para crianças e adolescentes. Vínculos que agora, desapareceram, de um dia para o outro, deixando muitos, especialmente os mais vulneráveis, se sentindo abandonados.

Por isso, se me permite, quero te dar algumas dicas, para amenizar um pouquinho essa situação. 1. Converse com seus filhos sobre este tempo. Faça contato com a mãe/pai/avó/pessoa que cuida dos amiguinhos e tente marcar uma conversa pelo telefone entre eles. Melhor ainda se der pra ser por câmera! 2. Se não puder usar o telefone, peça que seu filho (a) que faça um desenho de "até logo" para, pelo menos, um amigo(a). Mas se certifique de que este desenho chegará ao seu destino. 3. Peça para seus filhos menores escreverem um bilhetinho para as professoras (professores), tire uma foto e envie por email para elas (eles) 4. Veja se seria possível a(o) professor(a) responder a este bilhetinho. Apenas para dizer um "tchau". 5. Se você não tem mais filhos em idade escolar, veja se alguma criança da sua comunidade precisa de uma mãozinha, uma "intervenção" sua. Pergunte para ela(e): o que mais você gosta da escola? E diga: “logo, logo tudo vai passar e você vai poder fazes isso de novo!” 6. Converse com as crianças ao seu redor sobre as conquistas positivas que tiveram neste ano. Diga o quanto está orgulhoso(a) dos resultados que ela(e) conquistou. Explique que os testes que não serão feitos não terão impactos significativos na vida deles. Mostre que tudo vai ficar bem. (Aqui muitas crianças estavam se preparando arduamente para o FSA. Este teste foi cancelado.)


Espero que, como adultos, possamos lembrar que o mundo das crianças e dos adolescentes envolvem detalhes que fogem da nossa vista. Por isso, converse muito! Tudo o que é conversado é sempre melhor do que o que não é tratado!

E lembre: Tudo vai ficar bem! Tudo vai passar!


Por: Ana Peck Mafra


 
 
 

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